(16) 3214-2990

(16) 3214-2990

contato@useararaquara.org.br

 

 

 

ORAR OU REZAR?

Nilza V. Mello

A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com outro ser, desencarnado ou com Deus.

O Evangelho nos esclarece que a prece deve ser feita em secreto (recolhimento), não deve ser longa. Não é pela multiplicidade de palavras que ela é ouvida. Deve ser feita com muita simplicidade e sinceridade.

Deve partir de um coração puro, humilde, que perdoa ofensores e pratica a caridade, além de ser feita com fé ardente.

Disse Jesus: “Quando vos apresentardes para orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos céus, perdoe também os vossos pecados. Se vós não perdoais, vosso Pai que está nos céus, não vos perdoará, também, os vossos pecados”(Marcos, 11: 25-26).

Para isso, temos que merecer. Deus sempre atende os nossos pedidos, mas é claro que esse atendimento só ocorre conforme a nossa real necessidade. Ele nos dá o que precisamos e, nem sempre, nos concede aquilo que queremos, porque nem sempre o que queremos é o melhor para nós.

Tudo que pedimos é submetido à vontade Dele. A Ele compete anuir ou não as nossas rogativas: não basta pedir, é necessário saber o que se pede.

Porém uma prece para ser eficaz exige algumas condições, além daquilo que já falamos. Ela precisa ser bem formulada para ser entendida: a prece não tem valor senão pelo pensamento ao qual se liga; é impossível ligar um pensamento ao que não se compreende e o que não se compreende não toca o coração. Por isso, o pensamento deve ser inteligível. No processo de comunicação, o emissor (a pessoa que ora) manda a mensagem (a prece) e o receptor (aquele que recebe a prece – Espíritos, Deus) precisa entender o que se quer, tem que decodificá-la. Deus, que lê o fundo dos corações, percebe os pensamentos e a sinceridade. Se o pedido do emissor estiver de acordo com a vontade Dele, a prece terá êxito.

Assim, somente a mensagem formulada com clareza é eficaz.

Sendo assim, seria interessante estabelecer a diferença entre rezar e orar.

“Rezar” é fazer uma oração já existente, repetindo uma prece pronta. Nem sempre colocamos sentimento naquilo que estamos repetindo e, de nada vale, também, a prece pronta ser repetida muitas vezes – a oração é sentimento.

“Orar” é invocação espontânea, improvisando as falas e é preciso estarmos ligados pelo pensamento àquilo que solicitamos.

Porém, se não quisermos fazer uma oração espontânea, podemos proferir a prece de “Pai Nosso” (oração dominical), que é o símbolo de todas as preces que Jesus nos deixou, e que os Espíritos a colocam em primeiro plano. “Ela pode substituir todas as outras; é o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra prima de sublimidade na sua simplicidade. Sob a mais restrita forma, resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo”.

Ao fazermos essa prece, procuremos entender e sentir cada ideia por ela emitida, a fim de que o nosso pedido, nosso agradecimento ou o nosso louvor a Deus sejam realmente recebidos pela Espiritualidade Maior.

“O que quer que seja que pedirdes na prece, crede que o obtereis e vos será concedido”.

BIBLIOGRAFIA

“O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec