“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, nos ensina que o Universo é a casa do Pai e que as diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito. São moradas oferecidas aos Espíritos de acordo com o seu adiantamento. Nascendo e renascendo inúmeras vezes, em épocas e lugares diversos, o Espírito passa por todo tipo de experiência. Com o desenvolvimento, adquire o livre-arbítrio e faz suas escolhas, dirigindo a sua própria vida. Dependendo do que escolher, terá consequências. Jesus disse: “Tudo aquilo que semeares, terás de colher”. Se fizer o bem, colherá o bem; se fizer o mal, terá como consequência o mal. Os espíritos progridem intelectual e moralmente. Entretanto, no estágio evolutivo em que a espécie humana se encontra, num Plano de Prova e Expiação, em via de passar a Mundo de Regeneração, o desenvolvimento intelectual, que veio primeiro, ainda supera o progresso moral. Sendo a encarnação necessária ao desenvolvimento do Espírito e essa é a sua principal finalidade, há pessoas que acham que o sofrimento humano é exclusivamente resultado de erros do passado. Na verdade, o sofrimento faz parte de um processo de mudança a que chamamos – evolução. Consequentemente, não sofremos apenas porque temos “dívidas” do passado ou porque erramos, mas porque precisamos desenvolver as potencialidades que, muitas vezes, são estimuladas por momentos de desconforto, o que nos conduzem à perfeição. O Espírito passa por diversas experiências: expiação, provação (vivência de situações mais ou menos difíceis que escolhemos para testar o nosso progresso), pela realização de missões especiais, no caso de Espíritos mais elevados, que até se sacrificam para trazer alguma importante contribuição aos diversos campos da atividade humana. Assim sendo, somos levados a concluir que o crescimento espiritual acontece através do enfrentamento de desafios, que deverão ser superados e que constituem um aprendizado importante para o nosso aprimoramento espiritual. Que desafios são esses e como enfrentá-los? Desafios de toda ordem, enfermidade do corpo como forma de resgate, problemas de natureza psicológica, em forma de conflitos e dores morais, os quais proporcionam reflexões a respeito da fragilidade humana. É importante lembrar que o enfrentamento desses desafios demanda conhecimento de si mesmo, esforço, empenho, persistência, paciência para vencer os caminhos a percorrer. Não se deve temê-los, porque oferecem recursos para o desenvolvimento das potencialidades; por isso, é importante aceitar os empreendimentos que causam cansaço e aflições. São eles que fortalecem o caráter e sublimam os sentimentos, proporcionando a todos o autocrescimento. Durante as inúmeras encarnações, acumulam-se valores imprescindíveis para o prosseguimento da vida no além-túmulo. Existem, também, condições necessárias para a superação dos desafios: mudar o modo de ver a si mesmo, de ver o mundo e relacionar-se com ele; alimentar sempre a fé no futuro e pensar na imortalidade da alma, estimulantes do progresso contínuo. Quando não se aceitam desafios, produzem-se desequilíbrios que impedem nossa redenção. Por isso, Joanna de Ângelis nos disse: “A calma inspira a melhor maneira de agir e sabe aguardar o momento próprio para atuar, propiciando os meios para a ação correta. Preserva-te em calma, aconteça o que acontecer. Aprendendo a agir com amor e misericórdia em favor do outro, o teu próximo ou da circunstância aziaga, possuirás a calma inspiradora da paz e do êxito”.
BILIOGRAFIA:
“O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec “Fundamentos da Doutrina Espírita” – José Benevides Cavalcanti “Vitória Sobre Depressão” – Joanna de Ângelis (psicografia de D. P. Franco) |