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Paz e Consciência - Nilza V. Mello - 02/2024

 

 

 

 

 

 

PAZ E CONSCIÊNCIA

Nilza V. Mello

O conceito de paz entre os homens não condiz com o que apregoa Jesus.

Para uns, ter paz é viver isolados. No capítulo VII, de “O Livro dos Espíritos”, que fala sobre a Lei de Sociedade, Allan Kardec nos mostra a necessidade da vida social. Na questão 766, os Espíritos respondem que Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.

Para outros, ter paz é ter dinheiro. O conceito de paz na época de Jesus e ainda entre os homens, na expressão comum, significa haver atingido garantias, dentro das quais possa o corpo vegetar sem cuidados, apodrecendo na ociosidade e ausentando-se do movimento de vida. Entretanto, Jesus não poderia endossar tranquilidade desse tipo, porque a ociosidade não traz mudança, consequentemente, não traz progresso.

No Evangelho de João, capítulo XIV, 27, encontramos um texto em que Jesus fala sobre a paz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou: não vô-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem tenhais medo”!

O que Cristo quis dizer é que a paz verdadeira deve ser compreendida como o estado de consciência tranquila, obtida pelo cumprimento do dever e decorrente da constante vigilância sobre as imperfeições. É na terra do coração que se trava a verdadeira guerra de melhoria dos sentimentos.

E Emmanuel nos esclarece, também, de maneira lúcida, que não podemos confundir a paz do mundo com a paz do Cristo:

“A calma do plano inferior pode não passar de estacionamento. A serenidade das esferas mais altas significa trabalho divino a caminho da Luz imortal”.

Os seres humanos, nos diferentes estágios evolutivos, transitam em variados níveis de consciência. Para entendermos o que é ter paz, verdadeiramente falando, precisamos chegar a certo nível de consciência que nos permita isso.

E como se conquista a paz?

Somente através da modificação de atitude perante a vida que o ser humano conseguirá conquistá-la de uma forma responsável e saudável.

Autoconhecendo-se, o ser precisa mudar de paradigma, desenvolver um modo diferente de ver a si mesmo, o mundo e a forma de agir sobre ele.

Porém, a consciência não proporciona saltos milagrosos, mas se trata de uma conquista passo a passo, à medida que o ser conquista a si mesmo.

Um exemplo de Espírito que entendeu o que é ter paz foi Francisco de Assis. O seu amor a Cristo, às criaturas, aos animais, à natureza toda, demonstrava a todo instante a sua vinculação com o Universo. Ensinou a resignação, a humildade e amor até o último instante. Ele nos trouxe valiosos ensinamentos, por exemplo, como conseguir esse estágio de consciência tranquila, como ser instrumento da paz de Deus e quais consequências tem um Espírito que procura ser instrumento de Paz do Senhor.

Refletindo sobre a prece que ele nos deixou, encontraremos a resposta.

E para a conquista da paz do Cristo, muitos pontos importantes devem ser observados. Semear amor a todas as criaturas manter-se sempre fiel a Deus, ter fé no futuro, agir sempre com justiça e caridade, levar a luz onde há ignorância, estimular a união, nunca a discórdia e secar as lágrimas dos que sofrem. Lembrar sempre que, de acordo com Chico Xavier, a nossa felicidade consiste em fazer a alegria dos outros.

Segundo Francisco de Assis, que benefícios teremos sendo instrumentos de paz?

É dando que se recebe, perdoando que se é perdoado e morrendo nascemos para a vida eterna.

Em nos comportando melhor, fazemos da Terra um mundo de Regeneração.

 

Bilbiografia:

 

“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec.

“Refletindo a Alma”, Divaldo Franco, J. De Ângelis (Espírito).

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