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                                       O     CONVITE

                                                                                                                Arlett Celli Matheus

 

Há mais de dois mil anos ressoa no mundo a mensagem do reino de Deus, trazida à terra por Jesus. Seu Evangelho tem sido o objeto de estudo das religiões cristãs e dos cristãos, sem as mudanças comportamentais que o conteúdo sugere.

A boa Nova, trazida pelo Mestre, sofreu ao longo dos séculos, desvirtuamentos em sua pureza e simplicidade. Foi adulterada pela vaidade, orgulho, interesses políticos e religiosos.

Deturpados foram seus princípios. Divididos foram seus seguidores em interpretações religiosas, filosóficas, que os levaram a guerrearem-se em nome da fé, a sentirem-se   inimigos em vez de se amarem como irmãos. Iludiram-se quanto ao amor e à justiça de Deus atribuindo-lhe, com base na filiação religiosa, a segregação dos próprios filhos em eleitos e rejeitados, situação que perdura ainda hoje.

JESUS compreendendo a dificuldade dos homens em entender a sua Mensagem,  promete enviar à Terra, em época propícia, quando maiores fossem as  condições de entendimento e  racionalidade,”um outro Consolador”, “O Espírito Verdade, que  o mundo não pode receber, porque não O vê e não O conhece”,  que permaneceria eternamente entre os homens , relembrando suas palavras, desvendando-lhe o verdadeiro sentido, Refere-se Jesus  à incapacidade de se abranger  verdades mais amplas, que só o conhecimento faculta.

Sua palavra se cumpre através dos espíritos comunicando-se por toda parte, sob a égide do Espírito Verdade, espalhando-se por toda superfície da terra, revelando a vida futura, o amor e a justiça de Deus, sem as mutilações que os homens lhe impuseram.

Kardec, o espírito envolvido na tarefa de apresentar ao mundo estas revelações, fez publicar, há 166 anos atrás, em 18 de abril de 1857, O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a 1ª obra de uma série de cinco, consideradas básicas da Doutrina Espírita.

O Livro dos Espíritos é, pois, o núcleo central da Doutrina Espírita, o arcabouço filosófico.

Dele se originaram as demais obras da Codificação: A GÊNESE (1867); O Livro dos Médiuns (1861); O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, (1864); OCÉU E O INFERNO (1865).

Dessas obras, destacamos O Evangelho Segundo o Espiritismo, ”base e roteiro da Religião Espírita”, editada há 159 anos.

Nessa obra revemos as parábolas e máximas de Jesus, em sua significação mais profunda; as Leis Morais e a aplicação dos princípios da moral evangélica, ”um código de moral universal, sem distinção de cultos” .

Explica Kardec: “(…) Para os homens, em particular, constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. É finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura…”

O prefácio é do Espírito Verdade: “Eu vos digo, em verdade são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas em seu sentido verdadeiro para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos”

 “As vozes dos espíritos são, verdadeiramente, vozes do céu que vem esclarecer os homens e convidá-los à pratica do Evangelho”

No Evangelho, portanto, O  CONVITE  para se edificar a felicidade, aquela que se condiciona à paz de consciência, à compreensão e conformação às Leis Divinas, que representa o desabrochar do amor incondicional.

Estes estados da alma constituem o campo propício e indispensável à felicidade que almejamos.

Jesus nos oferece os ingredientes do bem-estar da alma que se traduzem no bem-estar físico.

Kardec, elaborou as máximas do Cristo, “ assim como a divisão dos versículos…sem prender-se a uma ordem cronológica… as máximas foram agrupadas e classificadas metodicamente segundo sua natureza, de maneira que elas se deduzam, tanto quanto possível, umas das outras…”

Devido a essa organização lógica, O Evangelho deve ser lido e estudado, respeitando-se a sequência, para melhor aproveitamento.

O Convite do Cristo é para o entendimento da transitoriedade da vida terrena e para se atentar quanto a realidade da vida futura.

Selecionando do Evangelho apenas as bem-aventuranças, podemos entender qual a conduta, a reforma que o Mestre propõe para caminharmos rumo ao bem-estar que reivindicamos para nós e para o nosso Planeta:  

BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS, aqueles que vivenciam as aflições com resignação, entendimento de que as aflições que nos acometem não fogem à justiça divina, estão atreladas às leis de causa e efeito.

BEM AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO, os humildes, os despojados do orgulho;

BEM AVENTURADOS AQUELES QUE TEM PURO O CORAÇÃO, que guardam a pureza no coração e nos pensamentos; que são despojados da maldade.

BEM- AVENTURADOS AQUELES QUE SÃO BRANDOS E PACÍFICOS, aqueles que guardam a afabilidade e a doçura, a paciência, a resignação; que não injuriam, não cedem à cólera.

BEM AVENTURADOS AQUELES QUE SÃO MISERICORDIOSOS, os que são indulgentes, condenam o erro e não o pecador; aqueles   que   não julgam, aqueles que perdoam.

Todo o CONVITE DE JESUS tem por base o exercício do amor: Amar ao próximo como a nós mesmos, amar até os próprios inimigos, exercitar sem ostentação a caridade, a solidariedade. Enfim, Jesus nos convida a nos envolvermos com a nossa reforma interior, a sermos perfeitos, a construir nossa  felicidade a partir de novas posturas frente à vida e aos nossos irmãos de caminhada.

A nós compete a transição para um mundo melhor.