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 Quem Somos – Arlett R.C. Matheus

Somos espíritos imortais encarnados na terra. Somos visitantes dos tempos atuais e deste planeta. Estamos só de passagem!

Nosso objetivo é observar, crescer em conhecimento, em moralidade, em sentimento. Desenvolver o amor, evoluir.

A educação integral, aquela que abrange as necessidades da vida material e da vida espiritual, é o instrumento que proporciona um crescimento pleno, favorece o êxito da existência terrena, nos impele para frente. Vamos sendo influenciados nesse processo até atingirmos o estágio da autoeducação, em que buscamos aprender e nos aperfeiçoar para uma vida mais fraterna.

Piaget, o grande Educador e conhecedor da alma humana, falando sobre a educação da criança, aponta 3 fases essenciais no desenvolvimento moral: estado de anomia, seguido pelo de heteronomia e finalmente a conquista da autonomia, capacidade de governar a si mesma.

NOMIA significa regras.  Anomia, ausência de normas, de regras.

Na criança, o estado natural é de anomia. Ela age espontaneamente, sem submeter seus atos a preceitos, à avaliação de valores que ainda não desenvolveu.

Posteriormente, vive o estado de heteronomia quando a família, a escola e a própria sociedade, lhe transmitem conhecimentos, regras de conduta, valores, facilitando a convivência.

Aos poucos, assimilando o que lhe ensinam, despertado o raciocínio, chega ao estado de autonomia, o desabrochar da consciência moral, da capacidade de decisão, de analisar o que é ou não correto moralmente

O processo educacional, formal e informal, conduz a criança de seu egocentrismo para a autonomia moral e intelectual, em que ocorre o respeito mútuo e recíproco.

O espírito em evolução, tem uma trajetória igual da criança. Caminha da anomia, em seus estados primitivos, em direção a autonomia moral, num crescimento contínuo em que  o egoísmo, lenta e gradualmente, vai  sendo dissolvido.

Criado simples e ignorante, sem conhecimentos de qualquer espécie, o espírito, no entanto, é dotado de todas as faculdades em estado latente, mente pronta para aprender. Ao longo dos séculos, conforme as circunstâncias lhes sejam mais ou menos favoráveis, vai se desenvolvendo, progredindo para o estado de autonomia no bem. 

A questão 754 de O.L.E. esclarece que no espirito recém-criado, “o senso moral não está desenvolvido, mas não está ausente, ele existe, em princípio, em todos os homens. É esse senso moral que fará mais tarde seres bons e humanos. Ele existe, pois, no selvagem, mas como o princípio do perfume está no germe da flor, antes dela desabrochar”.

O espírito, em seu estado de anomia, apresenta um senso rudimentar de moralidade, que, embora rudimentar, o predispõe a uma ou outra direção. Uns optaram pelo mal desde o início e se tornaram responsáveis por ele, enquanto outros foram se desenvolvendo em direção ao bem. “Deus deixa ao homem a escolha do caminho”. O livre arbítrio predominou desde esse início, trazendo as diferenciações humanas.

O Espírito imortal vai vivendo seu estado de heteronomia e vai aprendendo a valorizar o Bem, o Direito, o Amor, até que entronize esse modo de ser, atinja o estado de autonomia.

As diversas encarnações, vão distanciando o homem de seu estágio primitivo em direção ao ser que vai ampliando a compreensão de suas imperfeições e, em as compreendendo, esforça-se para afastá-las de si. “…o desenvolvimento do senso moral enfraquece, pouco a pouco, as faculdades puramente animais”.

Jesus foi o espirito de luz que veio nos despertar para a vida futura. “Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua Lei…” L.E. 625

“A vida abundante com o Cristo é aquela marcada pelos esforços em prol de si mesmo e da humanidade”

Sendo o egoísmo, a raiz das nossas imperfeições, muito difícil é afastá-lo.

Fénelon diz que o egoísmo se enfraquece com a predominância da vida moral sobre a vida material e, sobretudo, com a inteligência que o espiritismo nos dá do nosso estado futuro real. L.E.917

A Doutrina Espírita abre os horizontes para a vida imortal e essa consciência de imortalidade faz eclodir o senso do dever, o compromisso de conduzir a própria vida dentro desta perspectiva, a fazer o bem pelo bem, sem interesse de retribuição.

Estamos em processo para atingir essa autonomia moral.