Como Entender a Realeza de Jesus – Nilza V. Mello
Jesus, chegando ao mundo, não foi entendido pelos judeus. O Judaísmo não aceitava o Cristo como o seu Messias, que, segundo eles, os judeus, deveria vir num carro luxuoso e magnificente, trazido do céu à Terra por uma legião de anjos, não uma entidade com vida simples, investida apenas de poder moral, humilde filho de um carpinteiro, sem autoridade de ordem material.
Sendo Jesus conduzido ao palácio de Pilatos, este lhe perguntou: “Sois o rei dos judeus?” Ao que o mestre respondeu: “Meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, minhas gentes teriam combatido para me impedir de cair nas mãos dos judeus; mas meu reino não é daqui”. (João, capítulo XVIII)
Então perguntamos – Com que finalidade veio Jesus ao mundo?
Jesus não veio para ser rei, não veio para o exercício de um poder temporal. Veio para dar testemunho da verdade, orientando a Humanidade sobre as Leis de Deus, dando-lhe condições para atingir o progresso espiritual. Porque chegará o dia em que o Reino do Cristo, que é o reino da paz e da fraternidade, instalar- se-á naTerra.
Também, na passagem bíblica acima proferida, Cristo deixou claro que seu reino está fora do mundo físico, que seria um reino espiritual. Como estamos de passagem na Terra, a vida física é, apenas, um momento de aprendizado e aperfeiçoamento na eternidade.
Perguntando Pilatos, se ele era rei dos judeus, Jesus falou que não tinha exércitos, que a verdade que anunciava não era imposta pela força. Que suas armas seriam somente a prática do bem, a mansidão e a caridade.
E ainda disse que a sua voz seria ouvida por aqueles que fossem simples e humildes, desprovidos de orgulho e vaidade, com amadurecimento do senso moral, capazes de compreender a mensagem divina, trazida por Ele, o Cristo. “…Eu não nasci e nem vim a este mundo senão para testemunhar a verdade; qualquer que pertença a verdade escuta a minha voz”.
Portanto, podemos perceber que a passagem trazida no Evangelho de João, deixa bem claro que a realeza de Jesus era nascida do mérito pessoal, que é sempre consagrado pela posteridade. Trata-se de uma realiza imperecível, muito maior do que a de um soberano coroado; uma realeza sempre abençoada pelas gerações futuras. Enquanto a realeza terrestre termina com a vida, a realeza moral governa ainda e sobretudo depois da morte.
A realeza de Jesus é fruto de sua perfeição, do seu viver, sempre baseado nas Leis de Deus, realeza que exerce um poder contínuo. Com a autoridade moral orienta, esclarece, conduz a humanidade na conquista dos valores divinos que a conduzem à perfeição, realizando aquilo que Deus preparou para seus filhos: O Reino da Felicidade.
“Glória a Deus nas alturas, Paz na Terra aos homens de boa vontade”.
BIBLIOGRAFIA:
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec
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