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A Doutrina Espírita nos esclarece que toda  ocupação útil é um trabalho, embora muita gente pense que trabalho tem a ver somente com ocupações materiais.

O trabalho é uma lei natural que se impõe ao homem como uma necessidade, porque é um “meio de aperfeiçoar sua inteligência, sem o qual ele permaneceria sempre na infância”.

Os Espíritos Superiores nos orientam que o trabalho do homem tem um duplo fim: a conservação do corpo e o desenvolvimento da faculdade de pensar, o que o eleva acima de si mesmo.

O trabalho, para o ser em processo de evolução, apresenta-se em três aspectos principais: material, espiritual e moral.

Através do trabalho material, dignifica-se o homem, no cumprimento dos deveres para consigo mesmo, para com a família, para com a sociedade de que participa; pelo trabalho espiritual, aperfeiçoa-se no conhecimento da alma imortal; no campo da atividade moral, adquirirá qualidades elevadas ou sublimará aquelas que já possui.

Entretanto, o homem que possui bens suficientes para a sua sobrevivência não está isento da lei do trabalho. Estará isento do trabalho material, mas não da obrigação de se tornar útil segundo suas possibilidades, de aperfeiçoar sua inteligência, uma vez que Kardec deixa bem claro que toda ocupação útil é um trabalho.

Em João, capítulo V: 17-23, há uma passagem que diz: “E Jesus lhes respondeu: meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também.” E a questão 21, de “O Livro dos Espíritos”, nos esclarece que “Deus, modelo de amor e de caridade, jamais esteve inativo e que por mais distante que se consiga imaginar o início de Sua ação, não se poderia compreendê-Lo um segundo sequer na ociosidade.”

A criação do Universo partiu de Deus e Ele trabalha incessantemente. “Nos mundos mais aperfeiçoados, a natureza do trabalho é relativa à natureza das necessidades. Quanto menos as necessidades forem materiais, menos o trabalho é material. Disso se conclui que, mesmo o ser mais evoluído,  nunca fica inativo e inútil, porque a ociosidade seria um suplício para ele. Espíritos superiores trabalham sempre.

De acordo com a questão 682, de “O Livro dos Espíritos”, o repouso, depois do trabalho, é necessário, porque ele serve para reparar as forças do corpo, continuar o ritmo de produtividade, além de dar mais de liberdade à inteligência para se colocar acima da matéria. Sempre é bom lembrar que o limite do trabalho é o limite das forças. E, principalmente, na velhice, o homem não está obrigado a trabalhar a não ser que tenha forças ainda, mas dentro de certos limites; caso contrário, “o forte deve trabalhar pelo fraco; na falta da família, a sociedade deve tomar-lhe o lugar: é a Lei de Caridade.

Também não basta dizer ao homem que é seu dever trabalhar. É preciso que ele encontre em que se ocupar e isso, nem sempre ocorre. Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria.”

A Doutrina Espírita nos apresenta uma solução para o problema da miséria social, expressa nas seguintes palavras: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Elas constituem por si só, o programa de toda uma ordem social que realizaria o mais absoluto progresso da Humanidade, se os princípios que elas exprimem pudessem receber integral aplicação.

O trabalho, entendido como lei da natureza “é das maiores bênçãos de Deus no campo das horas. É guia na descoberta de nossas possibilidades divinas, no processo evolutivo do aperfeiçoamento universal. Nele a alma edifica a própria casa, cria valores para a ascensão sublime.”

Mediante o trabalho remunerado, o homem modifica o meio e cria condições de conforto. Através do trabalho – abnegação, do qual não decorre troca nem remuneração, ele se modifica a si mesmo, crescendo no sentido moral e espiritual.

 

BIBLIOGRAFIA

 

“O Livro dos Espíritos” e “Obras Póstumas” de Allan Kardec

“Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita” – programa fundamental – tomo II – FEB