O MENSAGEIRO - 11/2023

Índice de Artigos

 

CAPA-112023-FINAL

 


 

 IMAGEM-PARA-NILZA

RAZÕES PELAS QUAIS A DOUTRINA ESPÍRITA É CONSOLADORA

Nilza V. Mello

Antes de partir, Jesus anunciou uma sequência na revelação. Ele, que foi o representante da Segunda Revelação da Lei de Deus, ensinando-nos a “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, prometeu-nos um outro consolador que seria a Terceira Revelação – O Espírito Santo – que Seu Pai nos enviaria e nos faria lembrar de tudo aquilo que Ele, Jesus, nos havia dito, mas que ainda o mundo não estava preparado para compreendê-lo.

E a promessa se cumpriu.

Em 18 de abril de 1857, na França, é publicado “O Livro dos Espíritos”, primeiro livro do pentateuco, que constitui a espinha dorsal do Espiritismo, Corpo de Doutrina que veio através de um ser coletivo, chefiado pelo Espírito de Verdade, codificado por Allan Kardec e que tem como objetivo combater a materialismo e transformar o homem para o bem.

O Cristo disse: Bem-aventurados o aflitos porque serão consolados”. Mas de que forma se achar feliz, sofrendo sem saber por que sofre? Aí é que entra o aspecto consolador da Doutrina Espírita. Há muitas razões pelas quais ela é consoladora.

O Espiritismo nos mostra a razão de viver, vindo ao encontro das questões fundamentais: quem sou eu, por que estou vivendo no mundo, por que uns nascem com saúde e outros, não; por que a diferença entre pessoas, com destinos tão diversos?

A Doutrina também mostra os meios pelos quais vivemos melhor, aprendendo a encarar a vida, enfrentando os problemas e encontrando um caminho seguro para as novas realizações.

Ela se preocupa, primordialmente, com a melhoria moral do homem, que praticando a caridade, essência da perfeição, encontrará a felicidade,  fazendo, como dizia Chico Xavier, a alegria dos outros, porque “Fora da caridade não há salvação”.

O Espiritismo também vem mostrar que a causa dos sofrimentos, muitas vezes, está nas existências anteriores e que há outras causas que são da existência atual. Então, o homem compreende por que sofre e, aí, sofre com resignação.

Além disso, o Espiritismo dá ao homem uma fé inabalável no futuro, porque sabe que é um ser imortal e em evolução. A  perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência e a coragem de ir até o fim do caminho.

O Espiritismo está constantemente buscando explicações racionais para a vida e para todos os fatos do universo. A concepção religiosa espírita baseia-se na recomendação do Espírito de Verdade: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento; instruí-vos, eis o segundo”.

Dessa forma, o novo Consolador que Jesus nos prometeu, revela-nos a destinação da Terra, consiste num chamamento aos verdadeiros princípios da Lei de Deus, nos traz consolação pela fé e pela esperança, conforta os corações, proclamando a continuidade da vida após a morte, como fez Jesus.

Bibliografia

Obras básicas de Allan Kardec

 


 

 

IMAGEM-RUBENS

  

 

O ESPIRITISMO É INCOMPATÍVEL COM O PERSONALISMO

 

Rubens Araujo

 

            Iniciamos com a primeira demonstração inscrita no Livro Obras Póstuma, quando o ainda Hippolyte Léon Denizard Rival questiona: - Espírito Familiar, quem quer que sejais, agradeço-vos a visita e peço-vos que digais quem sois? Obtendo a seguinte resposta: - Para ti, chamar-me-ei A Verdade....

No momento apropriado Hippolyte adotou o pseudônimo de ALLAN KARDEC, para separar sua vida pessoal da missão que lhe estava reservada para a Codificação da Doutrina Espírita.

A ausência de personalismo e radicalismo no espiritismo é uma consequência natural da sua proposta de liberdade e progresso. O espiritismo não impõe nem proíbe nada, mas sim convida cada um a examinar, experimentar e comprovar por si mesmo os fenômenos e as leis que regem a vida. O espiritismo também não se fecha em si mesmo, mas sim se abre ao diálogo e à colaboração com todas as áreas do saber humano, reconhecendo que a verdade é relativa e que há sempre algo a aprender.

Um dos desafios atuais que se apresentam em vários setores da vida de relação, diz respeito a um grande inimigo comum que faz ruir as mais belas realizações e o trabalho em equipe, muitas vezes de séculos: o personalismo. Ele é uma fragilidade de caráter ainda presente em nossa atual condição evolutiva de Espíritos imperfeitos, cuja natureza moral, como anotou Kardec, mantém a “Predominância da matéria sobre o espírito. Propensão ao mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as más paixões que lhe são consequentes”.

Neste sentido, parece-nos justo recordarmos o benfeitor Emmanuel, quando nos alerta que: “Fraternidade pode traduzir-se por cooperação sincera e legítima, em todos os trabalhos da vida, e, em toda cooperação verdadeira, o personalismo não pode subsistir, salientando-se que quem coopera cede sempre alguma coisa de si mesmo, dando o testemunho de abnegação, sem a qual a fraternidade não se manifesta no mundo, de modo algum”.

O Evangelho pede colaboração com renúncia, desapego da própria personalidade no serviço que nos compete, humildade é a chave. Estejamos atentos para banir o cisto moral do personalismo e estejamos atentos pois, como bem alertou a médium Yvonne do Amaral Pereira no livro Devassando o Invisível: “o personalismo, se se infiltrar na Doutrina Espírita, acarretará a sua corrupção, como sucedeu ao próprio Cristianismo”.

Onde impera o personalismo não há fraternidade e, é bom sabermos onde não há fraternidade, não temos Cristianismo Redivido! Agindo assim, perturbaremos a marcha do despertar da criatura humana para a expressão mais pura da Lei de Deus que é a Boa Nova.

O personalismo é um reflexo de nossa indigência espiritual. A abnegação traduz, na sua melhor acepção, o termo inteligência espiritual. A inteligência espiritual é a inteligência da alma. Sendo através da inteligência com o qual nos curamos e com a qual nos tornamos seres verdadeiramente íntegros.

É preciso, então, olhar o personalismo que habita ainda nossos corações. Vigiá-lo sem trégua e orarmos, buscando a assistência dos bons Espíritos, a fim de que nossos interesses banais, notadamente no setor de realizações que a vida nos situou, não obstem as nobres realizações em prol do bem comum e da Doutrina Espírita.

Transcrevemos por fim para meditação final, na integra, a questão de número 895 de o Livro dos Espíritos: - Além dos defeitos e dos vícios sobre os quais ninguém se enganaria, qual é o sinal mais característico da imperfeição?

- “O interesse pessoal. As qualidades morais, frequentemente, são como a douração colocada sobre um objeto de cobre e que não resiste a pedra de toque. Um homem pode possuir qualidades reais que o fazem, para todo o mundo, um homem de bem. Mas essas qualidades, ainda que sejam um progresso, não suportam sempre certas provas e basta, às vezes, tocar a corda do interesse pessoal, para pôr o fundo a descoberto. O verdadeiro desinteresse é uma coisa tão rata sobre a Terra, que se o admira como um fenômeno quando ele se apresenta.

O apego às coisas materiais é um sinal notório de inferioridade, porque quanto mais o homem se prende aos bens deste mundo, menos compreende sua destinação. Pelo desinteresse, ao contrário, ele prova que vê o futuro de um ponto de vista elevado”.

 


Prancheta-4

   


Prancheta-5

  


 IMG-20231201-WA0015

 Ela está de volta!

 A CONRESPI 2024 está chegando e hoje começam as inscrições!

Em 2024 nos encontraremos em Barretos e vamos nos preparar para o Carnaval com muita alegria e confraternização.

Esperamos todos vocês.

Clique no nosso link e faça a sua inscrição!

Ao inscrever-se mais cedo você garante a sua vaga e também auxilia a cidade-sede na organização do evento.

                Inscreva-se em: https://forms.gle/1v7SKgGBgChfsGTv9

 

 

 

 


 

RUBENS-MOLINARI

 RETORNO À PÁTRIA ESPIRITUAL 

Desencarnou, no último dia 16/11/2023, nosso companheiro Rubens Molinari deixando esposa, filhos, netos e bisnetos. 

Brilhante professor e cientista na área de Química atuou no Instituto de Química da UNESP de Araraquara.  

Trabalhador da S.E.K. O Consolador  dedicou-se aos estudos,  pesquisas e divulgação da Doutrina Espírita.

Foi Vice- Presidente da USE Intermunicipal de Araraquara, sempre demonstrando competência e dedicação ao trabalho de unificação. 

Rogamos ao Pai que o receba carinhosamente e o ampare em sua nova Morada e que sinta-se envolvido pelas nossas vibrações fraternas. 

Obrigado, querido companheiro de jornada! 

Comissão Executiva da USE Araraquara 

 

 


 IMAGEM-LEA

 Semeadura espontânea – colheita obrigatória

Ao olharmos o cenário d mundo atual, não e difícil enxergar a colheita de uma semeadura ruim.

Há mais ou menos 25 anos atrás, chegavam muitas mensagens dos amigos espirituais, nos congresso que íamos que nos dedicássemos a Evangelização Infantil, que tivéssemos bastante atenção, hoje percebemos que com todo empenho que tivemos, naquela época, foi pouco.

Os jovens, hoje adultos, seguem sem darem muita importância para a vida espiritual, os Centros Espiritas, carecem de voluntários, para os desafios da manutenção de nossas casas.

Estamos diante de adolescentes que se enveredam pelas drogas, numa vida vazia de interesse mais nobres, gerando angustias, depressões e até suicídio.

A geração mais velha se esforça para participar, trazer motivação para o trabalho fraterno, mas não encontra muitas vezes interessados na continuidade.

Diante do cenário mundial, as novas guerras, para o espiritismo não e difícil analisa as colheitas daqueles que mesmo tendo uma religião, não compreenderam os propósitos nobres de seus dogmas.

Há trabalho por fazer, há tarefas para se realizar, e muitas, estamos preparados para elas?

Intitulamo-nos “trabalhadores da ultima hora”, mas estamos prontos?

Estamos cumprindo nossas pequenas tarefas, aqui do outro lado do mundo, com dedicação e afinco para que a nossa colheita seja produtiva?

Os desvarios batem a nossa porta, o aborto, a legalização da maconha, são exemplos disso, qual foi e será nossa postura pessoal, enquanto cidadão e espirita?

Muitos chamados, pouco escolhidos, mas a colheita é para todos.

Lea C. Micelli

Diretora do Departamento de Assistência e Promoção Social da USE Intermunicipal de Araraquara.

 


 IMAGEM-ARLETT

 

 

A MORTE E A IMORTALIDADE

 Arlett R. C. Matheus

A morte é um processo natural a que estão sujeitos todos os seres vivos.

Em geral amedronta muitas pessoas, algumas  ao nível do pânico.

Sendo inevitável, necessário é refletir para encarar, com mais   naturalidade, esse momento comum a todos nós.

Nossas crenças norteiam nosso comportamento enquanto encarnados e, também nossas expectativas sobre o que nos espera após a morte.

Crer na imortalidade ou não do espírito que anima o corpo; crer que a vida após a morte é dinâmica ou que após ela tudo entra numa espécie de estagnação, de repouso eterno; crer que nos esperam os castigos do inferno ou a beatitude do céu, fará a diferença a respeito desse momento que encerra a vida na terra, nos dará mais confiança ou mais temores.  

Se já assimilamos os conhecimentos que a Doutrina Espírita nos oferece, compreendemos que estamos no mundo de passagem, que somos viajores da eternidade em ascensão ao Reino de Deus. Nesse entendimento, nos reconhecemos cidadãos do mundo e da espiritualidade.

Compreendemos que na terra assumimos os compromissos naturais da vida material: a realização na família, na vida afetiva, na vida profissional e social, almejando o patamar máximo em qualquer um desses setores.

Em relação à vida além-túmulo, os cristãos espíritas direcionarão, também, seus interesses e atitudes tendo por base a vida que continua.

Crer na imortalidade e no fato de que a cada um caberá responder pelos seus atos, direciona compromissos de dupla natureza: material e espiritual.

Espíritos esclarecem que a vida continua plena, laboriosa, oferecendo sempre conhecimento e evolução; que a morte não nos modifica para melhor ou pior e que conservamos nossa individualidade, construída na peregrinação por várias existências.

Léon Denis, refere-se à morte como “apenas um eclipse momentâneo nessa grande revolução de nossas existências” .

O túmulo, portanto, guarda apenas o corpo perecível, do qual o espírito se liberta...“Toda morte é um parto de renascimento”

Após deixar o corpo físico, é comum um tempo variável de perturbação após o qual, o espírito retoma a plenitude de suas faculdades e de sua consciência, reencontra entes queridos, sente-se incluído numa nova programação de vida.

A morte não priva o contato com os que ficaram. Preces, lembranças, saudades, assim como mágoas e ressentimentos, alcançarão o que partiu, produzindo sensações  agradáveis ou dolorosas.

O Espírito liberto, poderá acompanhar o progresso no mundo... assistir as novas descobertas, o desenvolvimento social, político e religioso das nações...Participar de tudo isso fluidicamente, auxiliando, influenciando, na medida do adiantamento alcançado...”

Para não temer a morte, o recurso não é afugentar a ideia da morte, e sim...“encará-la frente a frente, pelo que ela é na realidade” diz Kardec

O preparo para a vida além-túmulo envolve o conhecimento de sua realidade, a compreensão das leis que regem a vida, o cultivo dos valores espirituais. Esse conhecimento: dá segurança, favorece a separação do corpo físico.

 “Fortifiquemo-nos no pensamento do futuro sem limites. A confiança em outra vida, estimulará nossos esforços e os tornará mais fecundos. Nenhuma obra elevada e que exija paciência, pode ter êxito sem a certeza do dia seguinte”

Nossa vida é essa obra divina. Precisamos vivê-la com a certeza da continuidade, pautar nosso presente de forma a não comprometer esse futuro.

“Por todas as partes reinam as mesmas leis, as mesmas harmonias, as mesmas potências divinas” O Amor, está presente em todos os lugares.  Enquanto neste mundo choramos a partida de um ente querido como se ele fosse se perder no nada, “acima de nós, seres etéreos glorificam sua chegada à luz, da mesma maneira que nós comemoramos a vinda de uma criança, cuja alma volta à vida terrena...amigos, protetores, arrimos, esperam por nós”.

“Os mortos são os vivos do céu”

Muitos temem a morte pelos sofrimentos físicos que a acompanham mas nos tranquilizam os espíritos que, no momento da morte, quase sempre não há dor. Morre-se como se adormece.

Realçam, no entanto, que as sensações que antecedem a hora derradeira, diferem em relação aos indivíduos. Uns demonstram calma, serenidade e outros, agitação convulsiva, agonia. Depende de como levaram a vida, de forma nobre e bela ou de maneira dissipada, violenta, criminosa, sensual.  Os sofrimentos serão mais vivos quanto mais fortes forem os laços que unem a alma ao corpo. Esses laços, mais enfraquecidos, a separação mais rápida e a mudança menos dolorosa.

A perturbação natural, o entorpecimento após a morte será também mais ou menos intenso conforme a preparação para esse momento e de acordo com o grau evolutivo alcançado.

Essa perturbação pode ser amenizada pela oração, pelas emanações de carinho, vibrações que fazem do pensamento uma força penetrante, uma luz. “São como raios na neblina” e ajudam a alma a desprender-se. Preces sinceras, principalmente as improvisadas, são fortalecedoras, benfazejas ao espírito.

As lágrimas dos que ficaram, são legítimas, porém cultivadas a longo prazo, impedem a libertação, angustiam os que partiram. Oração e trabalho no bem, amenizam o luto.

“O melhor meio de se garantir uma morte suave e tranquila, é viver dignamente, com simplicidade e sobriedade, sem vícios, desligando-nos de tudo que nos prende à matéria, idealizando nossa existência, povoando-a com pensamentos elevados e com ações nobres” L.Denis

É no presente que se prepara o futuro. Agir para reformar-se sem postergar esses cuidados para os momentos finais da vida. É nossa vida inteira que responde pela vida futura.

Confiemos no PAI, no seu amor por nós e nos sintamos sempre amparados. Como fomos recebidos na terra pelos braços amorosos dos pais, assim seremos recepcionados pelos braços amorosos dos que nos aguardam na espiritualidade.

Eliminemos as ideias aterrorizantes ou as ilusões de beatitude, de inatividade.  “O futuro, assim como o presente é atividade, é trabalho”

Preparemo-nos para esse momento certo de data incerta, laborando a bagagem do espírito, o desenvolvimento das virtudes, o amor a Deus e ao próximo.

                                            Denis, Léon – O PROBLEMA DO SER – Cap. 10-  A Morte

                                            Kardec, Allan-  L.E. Cap. III  -  Retorno Da Vida Corpórea

                         


Prancheta-11